O desemprego dos louvores

MAR DE LOUVORES Só de João Gomes Cravinho, 17 louvores (a quem esteve, passou, aguentou, usufruiu, serviu, reentrou..), mais 2 da ex-secretária de estado dos Assuntos Europeus (motoristas). Por pouco não se louvam os visitantes, os remetentes de e-mails, as hospedeiras dos aviões das vistas oficiais ou de trabalho, sabe-se lá mais quem deverá ser louvado!

1. Problemático fica no entanto o Louvor n.º 995/2009, pelo qual o diligente secretário de estado diz que «Nos termos do disposto tal e tal… exonero, a seu pedido e por motivos de ordem profissional, Raquel Maria Martins de Freitas das funções de assessora que lhe estavam cometidas no meu Gabinete».
   
2. Notável também o louvor dado a Joaquim Estevam Arroteia que, diz Cravinho, «do primeiro ao último dia desta legislatura» trabalhou «frequentemente aos fins -de- -semana, de noite tarde ou de manhã ainda antes do nascer do sol» e que «nem por uma vez Joaquim Arroteia colocou as suas conveniências pessoais à frente dos do Gabinete» . Santo Deus! Para quê o sol nascer?

MAS LOUVADO SEJA QUEM ASSIM LOUVA Pois louvado seja por toda a República Portuguesa, o ex-secretário de estado Adjunto e do Orçamento, Emanuel Augusto dos Santos que, em vez de andar a louvar um a um, arrumou os 18 colaboradores directos numa lista e louvou-os a todos de uma penada como nos baptismos colectivos, assim poupando precioso espaço na folha oficial e evitando falsas interpretações da bíblia.